As 4 Nobres Verdades
Introdução aos Princípios Budistas
Budismo, em essência, é uma filosofia e não uma religião chinesa, originou-se na Índia. Cerca de 2.500 anos nasceu Siddhartha Gautama, filho único do grande rei Sudodana e da bela rainha Maya de Kapilavasthu, norte da Índia, próximo ao atual Nepal, lá vivia o clã dos Sakyas. Ao crescer, interessou-se em descobrir a causa de todos os sofrimentos da vida, perdeu o interesse pelos esportes e pela política e apesar do pedido do pai, para que assumisse o trono, abandonou o belo palácio paterno e tornou-se um buscador da verdade.
Tinha então 29 anos e percorreu todo o país nos seis anos seguintes, procurando mestres e ensinamentos através dos quais pudesse resolver os muitos problemas da vida. Primeiro foi aos brâmanes e tentou, com sua filosofia, resolver os problemas humanos, depois estudou com um grupo de ascetas, adotando sua vida severa e contemplativa e assim ele prosseguiu, durante seis anos, estudando todas as escolas de religião e filosofia inutilmente, nenhuma das escolas lhe oferecia uma resposta satisfatória, certo dia, depois de banhar-se nas águas do Nairanjana, sentou-se sob uma figueira e meditou, ali, após aqueles anos de observação e experiência, finalmente descobriu a verdade, alcançou a iluminação e chamou a si mesmo de Buda, tinha 35 anos. "Buda" é um termo sânscrito que significa "O Iluminado".
Buda não foi uma divindade, nem qualquer espécie de deus, nem profeta como há em muitas outras religiões, Buda foi um homem que encontrou a verdade e viveu a verdade, ensinou que a vida é sofrimento, que tudo é transitório e passageiro e portando cessa de existir, a única certeza, a morte. Tudo isto soa muito negativo e poderia levar os seguidores ao desespero se Buda não tivesse proclamado as quatro nobres verdades:
1- Tudo é dor.
2- A causa da dor é o desejo (apego).
3- Cessando o desejo (apego) cessa a dor.
4- Para cessar o desejo deve-se seguir a senda dos oito caminhos que são:
1- Compreensão correta.
2- Aspiração correta.
3- Palavra correta.
4- Ação correta.
5- Meio de subsistência correto (trabalho e alimentação).
6- Esforço correto.
7- Percepção correta.
8- Meditação correta.
Para ser livre é necessário renunciar ao mundo de ilusões. Budismo não reconhece nenhuma divindade onipotente ou deuses. É uma filosofia em síntese. Há muitas escolas diferentes de Budismo e para nós a mais importante é o Ch'an Budismo (Zen). O Budismo Ch'an rejeita qualquer forma de pensamento racional. O homem precisa descobrir seu centro (e a sua natureza búdica).
Muitas horas o Budismo que significa a busca da perfeição, se torna evidente no ensino do Kung Fu. O treinamento por si próprio envolve sofrimento, através das posturas baixas que o praticante precisa executar para fortalecer o corpo. Durante a aula precisa prestar atenção aos mínimos detalhes nas técnicas, mesmo que pareçam insignificantes e aprender um movimento após o outro.
Um mestre Zen, em resposta a pergunta: - Como alguém deveria selecionar uma técnica de ataque ou defesa? disse: - Isto não é uma questão de escolha, precisa ser um processo subconsciente, automático e natural. "Pensar" não deve interferir, ou haverá um atraso no processo e portanto um furo. A consciência seleciona uma técnica e o corpo aplica, simples assim. Pensar antes de atacar não é o caminho correto, somente sua consciência, sua intuição está habilitada a perceber o momento em que deve agir.
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